Biosaneamento leva biodigestores e conscientização sobre saneamento básico para escolas públicas de São Paulo

Iniciativa da ONG atinge estudantes de até 14 anos e implementa ferramentas de práticas pedagógicas. Mais de 750 alunos foram alcançados.

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Visando promover educação ambiental para crianças e adolescentes, a ONG Biosaneameto elaborou projetos teóricos e práticos para escolas públicas de São Paulo. O objetivo é criar futuras gerações mais preocupadas e conscientes em relação às consequências de ações individuais e coletivas com o meio ambiente. As ações ocorrem em escolas públicas do município de Cajamar, região metropolitana de São Paulo, com apoio da empresa Amazon.

A conscientização tem como objetivo incentivar a agroecologia, com aulas teóricas e práticas sobre a importância do saneamento básico para os alunos. Além disso, a ONG Biosaneamento instalou um biodigestor que gera gás para o refeitório das escolas públicas e fertiliza a horta montada pelos alunos, durante o projeto, nas instituições. Em uma escola que tinha problemas com a potabilidade da água, o projeto também levou sistema de purificação da água da escola.

São realizadas atividades prático-pedagógicas de educação ambiental, adaptadas à realidade de cada escola. O projeto incentiva a implantação de uma horta ou jardim sensorial, para que a escola tenha um espaço pedagógico de conscientização ambiental e aproximação das crianças e adolescentes com a natureza. O presidente da ONG Biosaneamento, Luiz Fazio, explica a como a ação foi idealizada:

“Na nossa jornada de universalizar o saneamento básico, percebemos que atuar na ponta, nas comunidades, coletando e tratando esgoto, levando água potável, não é o único caminho. É necessário articular, destravar e estimular os projetos de saneamento. Acreditamos que um dos caminhos é fazer com que as futuras gerações estejam cientes de que metade da população vive sem saneamento e que existe solução.”

O projeto já instalou o biodigestor na EMEB Antônio Carlos, EMEB Marcelo Pascoal e EMEB Josué Moreira Sena, todas escolas do município de Cajamar, em São Paulo. Mais de 750 alunos foram alcançados, com idades que variam de 1 até 14 anos. As ações foram concretizadas com recursos doados pela Amazon. A cidade é um importante polo logístico para a Amazon, onde a empresa concentra parte de suas operações no estado, gerando milhares de empregos diretos e indiretos.

A atividade é dividida em três fases. Durante o percurso, são implementadas ferramentas de aprendizado para os estudantes e o corpo docente da instituição. O presidente da ONG Biosaneamento, Luiz Fazio, explicou a dinâmica do projeto

“O biodigestor recebe os resíduos orgânicos da cozinha, no processo de digestão ele produz o biometano, que se fosse liberado na atmosfera seria um Gás do Efeito Estufa muito prejudicial. Ao ser canalizado para o fogareiro que instalamos e usado como gás de cozinha, a queima transforma-o em gás carbônico, que é 34 vezes menos prejudicial para a atmosfera. O processo também gera um fertilizante, que levamos para a horta escolar, onde os alimentos produzidos de forma sustentável poderão ser usados na cantina, fechando a circularidade do sistema. Tudo isso, trabalhamos junto com os docentes para que seja efetivo, inclusivo e que a prática pedagógica seja interessante e relevante para o processo de aprendizagem das crianças”

Juliana Sá, líder de impacto social das operações da Amazon Brasil, falou sobre a importância do projeto. “Na Amazon, valorizamos a importância de contribuir para o bem-estar das comunidades onde operamos e onde nossos funcionários e funcionárias vivem. Por esta razão, estamos muito felizes em colaborar com a Biosaneamento para tornar realidade este projeto que beneficia centenas de alunos em Cajamar, ensinando de forma prática e lúdica conceitos de sustentabilidade, economia circular e cuidado com o meio ambiente”, disse.

Método

A ONG Biosaneamento separou o projeto em três atividades, com carga horária de 12 horas no total. A primeira apresenta para os diretores a ação e aproveita para conhecer o espaço disponível para realização da metodologia e planeja confirmar a realidade encontrada.

A segunda atividade instala o biodigestor e realiza oficina de plantio de mudas para montar um canteiro agroecológico na horta, ou um jardim sensorial (à escolha da escola) no espaço disponibilizado pela escola. Os alunos conhecem as mudas, e pensam em como colocá-las no lugar disponível. Nesta fase do projeto, voluntários da Amazon participam ativamente apoiando as crianças no preparo e instalção da horta e do jardim sensorial.

Após a implantação dos sistemas, a ONG faz aulas para conceituar as práticas realizadas e conscientizar sobre a importância e relevância da circularidade, do cuidado ambiental e sanitário, além de orientar sobre o modo de operação do sistema implantado.

A diretora da Escola Antônio Carlos, Jéssica xxx, disse que o projeto trouxe mais sustentabilidade ao ambiente educacional

“O projeto possibilitou no ambiente escolar uma melhor conscientização sobre a sustentabilidade, meio ambiente e saneamento básico. Os alunos vivenciam o tratamento de resíduos orgânicos e a geração de gás para uso no preparo da merenda, além da produção de fertilizante orgânico que usamos em nossa horta e jardim. Nossa escola se tornou um ambiente de múltiplas aprendizagens aonde os alunos colocam em prática o que aprendem em sala de aula”.

Durante o período do projeto, a ONG Biosaneamento mantém diálogo aberto com o corpo docente, diretores e servidores da escola, capacitando-os para manutenção e continuação das atividades posteriormente.

Para turmas de 0 a 3 anos, as atividades são apenas práticas e tendem a conectar as crianças com a terra, plantando e observando o crescimento das plantas. Na faixa de 6 a 10 anos, já tem explicações e aulas, que são mais rasas e simbólicas, enquanto nas turmas de 11 a 14 anos, a linguagem é mais elaborada e os conceitos são mais aprofundados. Mas a conscientização atinge, em todas as idades, os mesmos objetivos citados.

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