Policiais civis do Pará detiveram hoje (26), em caráter preventivo, quatro pessoas suspeitas de atear fogo em parte da vegetação da Área de Proteção Ambiental Alter do Chão, em setembro deste ano. Com cerca de 16.180 hectares (um hectare corresponde às medidas, aproximadamente, de um campo de futebol oficial), a unidade de conservação de uso sustentável fica em Santarém (PA), em uma região de forte apelo turístico devido às belezas naturais.
Investigação
Os quatro suspeitos detidos integram a Brigada de Incêndio de Alter do Chão, organização não governamental (ONG) que atua no combate a queimadas na APA. Uma das hipóteses sob investigação é que os suspeitos causavam os incêndios para, depois, serem convocados para apagar as chamas e receber algo em troca.
Em uma página nas redes sociais, a ONG afirma que trabalha voluntariamente para proteger a floresta e os moradores de Alter do Chão e região, atuando de forma independente. Além dos quatro mandados judiciais de prisão preventiva, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais ligados aos investigados.
Incêndios
Comandada pela Delegacia Especializada em Conflitos Agrários de Santarém (Deca) e pelo Núcleo de Apoio à Investigação (NAI), a operação batizada de Fogo do Sairé é resultado de dois meses de investigação sobre as causas dos incêndios de grandes proporções que atingiram a região em setembro.
No dia 18 de setembro, a secretária de Meio Ambiente de Santarém, Vânia Portela, revelou que as autoridades suspeitavam de que os incêndios iniciados naquela semana eram criminosos e tinham o propósito de liberar pedaços de terra às margens do Rio Tapajós para a exploração turística. Pouco antes, o Ministério Público do Estado do Pará tinha informado que vestígios de fogueira e latas queimadas tinham sido encontrados na terra incendiada, evidenciando a provável ação intencional (dolosa) dos responsáveis.
De acordo com o Conselho Gestor da APA Alter do Chão, há anos a unidade sofre com as ameaças representadas pelo desmatamento e ocupação ilegal de margens de lagos e igarapés e de outras áreas de interesse de projetos agrícolas, bem como pelo crescimento da especulação imobiliária e urbano desordenado da região.
Fonte: Agência Brasil