Brasil se torna o 4º maior produtor mundial de tilápia

Em 2023 foi registrada a marca de 887 toneladas de peixes de cultivo produzidos no país. Piscicultor analisa o crescimento exponencial do setor.

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O setor de piscicultura no Brasil tem registrado um crescimento acelerado, impulsionado
por uma combinação de fatores econômicos, ambientais e sociais. De acordo com
dados da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR), o cultivo de pescados no país
saltou 53,25% nos últimos 10 anos, passando de 578 toneladas para 887 toneladas
nesse período.

Além disso, a criação de peixes de água doce, como a tilápia, consolidou-se como um
dos segmentos mais promissores do agronegócio nacional. Assim, o Brasil se tornou o
quarto maior produtor de tilápia do mundo, atrás apenas de China, Indonésia e Egito.

Do total de peixes cultivados em cativeiro, a tilápia contribuiu com 579.080 toneladas,
representando 65,3% do total. Por sua vez, os peixes nativos somaram 263.479
toneladas, correspondendo a 29,7% do total. Além disso, as outras espécies, como
carpa, truta e pangasius, atingiram 44.470 toneladas, ou seja, 5% do total.

 

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Crescimento da pscicultura no Brasil

Segundo o piscicultor José Miguel Saud Morheb, o crescimento exponencial da
produção de peixes cultivados, como a tilápia e o tambaqui, tem contribuído
significativamente para a geração de emprego, renda e desenvolvimento regional.

“Com um impacto direto na economia de pequenos e grandes produtores, a aquicultura
fortalece cadeias produtivas em diversas regiões do país e, além disso, amplia as
oportunidades de negócios, tanto no mercado interno quanto no externo”, avalia o
especialista.

Ademais, o levantamento aponta que as exportações também cresceram. Somente no
ano passado, o país comercializou 6.815 toneladas de peixes de cultivo, com destaque
para a tilápia, gerando uma receita de US$ 24,7 milhões. Esse resultado é 4% superior
ao obtido em 2022.

A tilápia e seus produtos representaram 94% das exportações da piscicultura brasileira
em 2023, totalizando US$ 23,3 milhões. O tambaqui, por sua vez, foi a segunda espécie
mais exportada, tendo o Peru como seu maior destino, recebendo 71% do total. Além
disso, Rondônia destacou-se como o principal exportador.

 

Sustentabilidade como foco

Com a crescente preocupação ambiental, o setor de piscicultura no Brasil também tem
investido em práticas mais sustentáveis. Isso inclui, além do mais, o uso eficiente de
recursos hídricos, um melhor controle da qualidade da água e a busca por sistemas
integrados de produção.

“A adoção de tecnologias de ponta, como sensores para monitoramento de parâmetros
ambientais e a automação de processos, também têm contribuído significativamente
para aumentar a eficiência e, consequentemente, reduzir os impactos ambientais”,
destaca Morheb.

 

Estação quente aumenta a procura

De acordo com o piscicultor, o período de maior faturamento no setor ocorre,
tradicionalmente, durante o verão, entre os meses de dezembro e março. Durante esse
tempo, o clima mais quente e o aumento das chuvas favorecem a rápida reprodução e
crescimento dos peixes, resultando, assim, em uma maior disponibilidade de produtos
para o mercado.

Além disso, “o consumo de pescados tende a aumentar devido às altas temperaturas, que incentivam a ingestão de alimentos mais leves e saudáveis, como peixes. Outro momento de alta no faturamento ocorre durante a Semana Santa, geralmente entre março e abril”, ressalta Morheb.

O especialista acrescenta que, além da tilápia, o tambaqui é um dos peixes mais
solicitados entre os consumidores. “A espécie é um ícone da Amazônia. Sua carne
suculenta e de sabor marcante tem, portanto, conquistado paladares por todo o Brasil,
com especial destaque para as regiões Norte e Centro-Oeste.”

 

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