Mulheres no agro são responsáveis pela produção de 30 milhões de hectares

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Historicamente, sempre foi difícil para as mulheres alcançarem cargos majoritariamente ocupados por homens. No entanto, na agropecuária as mulheres já são responsáveis pela produção de 30 milhões de hectares, algo em torno de 8,5% de toda área ocupada por sítios e fazendas. O número pode parecer baixo, mas já representa um crescimento de 6% em 11 anos.

 

Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a participação feminina na administração do agro é de 19%. E para falar melhor sobre esse assunto, o Programa Conexão, comandado por Deise Mireia que entrevistou a empresária da Soyagro Negócios e advogada, Franciana Tunes que há mais de 20 anos atua no setor.

 

“Nasci numa cidadezinha do interior, literalmente na roça do Mato Grosso. Eu cresci nesse segmento, então com 10 anos eu já plantava chuchu para vender no supermercado, sempre foi minha realidade. Em família começamos a empreender no agro e o negócio foi crescendo, atualmente temos conexão até com a Bolívia”, conta Franciana.

 

Ela acrescenta que sempre foi uma defensora da atuação das mulheres no segmento que elas quiserem e comenta que já sofreu preconceito, mas que nunca se deixou afetar por isso. Ressaltou que infelizmente o mundo ainda é muito patriarcal, mas que cabe a cada mulher se colocar acima disso e provar na prática do que é capaz.

 

Deise Mireia questionou a empresária sobre o setor agropecuário boliviano que é de grande relevância econômica e social, e teve uma participação no Produto Interno Bruto de 10,6% em média (2006-2021). Desde 2017, é o setor com maior crescimento (6,6%). “Franciana, você estava falando de empresários bolivianos que tem adquirido terras no Brasil e vice versa, das facilidades e dos benefícios”, perguntou.

 

“É possível e bastante recomendável essa conexão. Atualmente o país já conta com muitos investidores, especialmente brasileiros pelos valores acessíveis, investimento baixo e retorno alto. Esse trâmite é totalmente legal, tanto enquanto pessoa física quanto jurídica de até 5 mil hectares. Nós fazemos todo processo, desde encontrar a terra perfeita para o investidor até as questões mais burocráticas”, explica Franciana.

 

Ela acrescenta que também faz o processo inverso, compra de terras brasileiras por bolivianos e também tem negócios no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e recentemente passou a atuar em São Paulo. A empresária comenta das dificuldades que teve ao mudar para o país boliviano, para a cidade de Santa Cruz de La Sierra e quais dificuldades encontrou para a expansão do negócio.

 

Franciana comenta que tem diversos projetos de divulgar ainda mais as oportunidades que existem na Bolívia para os brasileiros.

 

“Ainda existem muitos paradigmas que precisamos vencer. Levar o investidor brasileiro a conhecer o local é o primeiro passo, assim como trazer os estrangeiros para cá”, finaliza.

 

Atualmente a maior parte da área cultivada na Bolívia é usada para a produção de óleos e culturas industriais, com 44% (1.645.547 hectares), e inclui culturas como soja, girassol, cana-de-açúcar, algodão, amendoim e gergelim.

 

Confira a entrevista completa no www.youtube.com/watch?v=B95GD-L6iJ0.

 

 

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