Nova gestão pode solucionar falta de atendimento no Hospital da Brasilândia

Comunidade reivindica melhoria no PS e inclusão de especialidades médicas no HMB Adib Jatene que está em processo final de licitação

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No horizonte da Brasilândia, um anúncio aguardado suscita esperanças e dúvidas entre os moradores do quarto distrito mais populoso da cidade de São Paulo. O Hospital Municipal Adib Jatene, que figura como um ponto crucial na infraestrutura de saúde da região, está prestes a receber uma “nova gestão e melhorias” – ao menos é o que ecoa nos corredores da administração municipal e entre as associações de moradores. .

“A gente acredita que agora essa estrutura, que é muito boa e nova, vai funcionar a todo vapor. Contamos com a chegada de mais médicos, principalmente para atender os adultos, e com uma reforma na entrada da emergência para a gente ser atendido quando precisa. Hoje, como nunca tem médico no Pronto Socorro, a gente até esquece e busca direto outro hospital. Só criança consegue (ser atendida) ali no Brasilândia”, relata Markinhos Meneghel. O líder comunitário da Vila Iracema mora a 500 metros do HMB Adib Jatene e já foi encaminhado a outras unidades de saúde quando precisou de ortopedista.

“Chegar na emergência é um perrengue. Melhor ir a pé. Para passar pela cancela e portaria você tem de chegar buzinando para chamar atenção, mas não vale a pena. Eu mesmo já desisti de buscar atendimento ali”, diz.

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No relato dele, soma a experiência de amigos e conhecidos que já tiveram atendimento negado ou foram transferidos para o Hospital da Vila Penteado, também na Zona Norte e para a Santa Casa, na Santa Cecília. “Eles não tem o que fazer, não tem médico especialista e não conseguem atender. Por isso a gente está torcendo para que essa ampliação que foi prometida lá atrás aconteça agora. A gente não sabe, ainda, quanto vai melhorar, mas sabe que é necessária, até porque o PS do 21 de Julho está fechado para reforma e está sobrando gente precisando”, argumenta Meneghel.

Ampliação necessária

A ampliação do atendimento, e a inclusão de novas especialidades médicas, é o principal compromissos estabelecido pelo novo contrato. Os números são ambiciosos: dos atuais 204 leitos, a capacidade do hospital está prevista para quase dobrar, atingindo a marca de 359 leitos. E o final de uma acirrada disputa de licitação para a escolha da nova Organização Social alimenta as expectativas de uma comunidade que há muito clama por avanços significativos na prestação de cuidados de saúde.

No entanto, em meio ao otimismo que cerca essa perspectiva de ampliação, é impossível ignorar a crua realidade socioeconômica local. Com cerca de 280 mil moradores distribuídos por 41 bairros, a Brasilândia é um mosaico de diversidade, mas também de profundas desigualdades. O Mapa de Desigualdade da Rede Nossa São Paulo apontou que a região ostenta a desonrosa segunda maior proporção de residências em comunidades, com 29,6%. Além disso, registra um índice desolador de apenas 4,7% de emprego formal entre seus moradores economicamente ativos, ressaltando as dificuldades estruturais enfrentadas pela população. Nesse contexto, a ampliação do hospital pode ser vista como uma resposta necessária a uma demanda crescente por serviços de saúde e oportunidades de novos empregos.

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