Projeto convida proprietários rurais para monitoramento participativo da biodiversidade

Com boa adesão, projeto envolveu proprietários de 12 municípios paranaenses

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Com o objetivo de contribuir para a manutenção da biodiversidade e o fornecimento de serviços ecossistêmicos como provisão de água, polinização, fertilidade do solo, regulação climática, entre outros, a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) deu início em 2014, em parceria com a empresa JTI, ao Projeto de Monitoramento da Biodiversidade em Propriedades Rurais, em 12 municípios paranaenses.

Coleta de dados

Cerca de 25 proprietários rurais dos municípios de São Mateus do Sul, Rio Azul, Rebouças, Paulo Frontin, Mallet, Irati, Guamiranga, Palmeira, São João do Triunfo, Rio Negro, Piên e Quitandinha contribuíram com a coleta de dados por meio de indicadores como a qualidade da área de preservação permanente, espécies exóticas invasoras, focos de erosão, fauna silvestre e clima, por meio de um Protocolo de Monitoramento da Biodiversidade (PMB) elaborado pela equipe técnica das duas organizações. “O monitoramento através de indicadores possibilita uma visão da evolução na qualidade dos ambientes naturais, a partir das intervenções de boas práticas de conservação, como a restauração de mata ciliar e a retirada de espécies exóticas invasoras da propriedade”, explica a técnica em conservação da SPVS, Alessandra Xavier.

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Resultados positivos

Para a gerente de Assuntos Agroambientais da JTI, Cecilia Dorfey, o Projeto apresenta um cenário muito positivo para a região. “A manutenção da biodiversidade local é essencial para garantir que o negócio do pequeno produtor vinculado à JTI continue a existir e seja sustentável. Por isso é tão importante fazermos o uso racional e responsável dos recursos naturais, que são indispensáveis para a atividade agrícola. Nós não buscamos a conservação de um local ou uma espécie distante, mas sim conservar a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos integrados à propriedade”, ressalta Cecilia.

Renato Stanski foi um dos produtores rurais vinculados à JTI que participou do Projeto e interveio de maneira voluntária na propriedade. “Nós plantamos de tudo: feijão, milho, mandioca. Com a ajuda e orientação dos técnicos nós fornecemos outra fonte de água e isolamos as margens do rio para que o gado não chegasse até lá. Hoje já percebemos que a água do rio aumentou muito”, relata Stanski.

Preservação ambiental

A coordenadora do projeto, Vitória Yamada, explica que a região em que foi realizado o monitoramento possui poucas Unidades de Conservação de proteção integral, em áreas de Floresta com Araucária e campos nativos, por isso a participação dos proprietários rurais é tão importante. “Muitas das áreas bem conservadas que restam na região estão inseridas nas propriedades privadas. Os remanescentes nativos são fundamentais para a conservação e os dados colhidos pelos produtores nos ajudam a entender como está a situação da biodiversidade nessas áreas e quais são as necessidades de restauração ecológica”, analisa.

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