O açaí é uma fruta muito popular no Brasil, principalmente entre os praticantes de atividades físicas. Recentemente, o nutricionista, Heitor Oliveira Santos, da Universidade Federal de Uberlândia, publicou na International Journal of Cardiovascular Sciences – IJCS – publicada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, um artigo sobre o efeito do consumo de açaí na função vascular e no perfil lipídico das pessoas.
“O açaí contém um perfil nutricional interessante para saúde cardiovascular, pois nele há uma quantidade considerável de fibras alimentares, vitamina E e gorduras, cuja maioria são monoinsaturadas. A fruta também é rica em antocianinas e contém β-sitosterol. Em conjunto, estes nutrientes podem auxiliar na saúde do coração”, explica Santos.
O efeito mais importante do açaí na função vascular é a vasodilatação que ocorre devido à ação das antocianinas. Uma forma fácil de monitorar essa ação é a medição da pressão arterial. Apesar do consumo da fruta não melhorar diretamente a pressão arterial em indivíduos normotensos, a ingestão de 150gr de polpa de açaí em um teste agudo causou um aumento de 1,4% na dilatação mediada por fluxo da artéria braquial nos participantes do estudo, uma melhora significativa na função vascular. Outro benefício apresentado pelo consumo da fruta foi a redução dos índices de colesterol total e triglicérides e o aumento dos níveis de HDL.
“Apesar dos bons resultados, é preciso ter cautela sobre a supervalorização dos efeitos no perfil lipídico e na função vascular. O cacau em pó, chocolate amargo e oleaginosas (amêndoas, castanhas e nozes) como itens alimentares adicionais à polpa do açaí podem potencializar os efeitos cardiovasculares. Já outros, adicionados aos preparados de açaí, como açúcar, mel, leite condensado e achocolatado, podem ser prejudiciais quando consumidos em excesso”, alerta o nutricionista.
ORIGEM
Produtor de 95% do açaí no Brasil, o Pará possui quase 50 empresas que comercializam o fruto para outros estados, o que representa mais de 1,2 milhão de toneladas do fruto. Esse montante chega a injetar na economia paraense algo em torno de US$ 1,5 bilhão, porém, esse valor é equivalente a apenas 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado, segundo dados do Sindicado das Indústrias de Frutas e Derivados (SINDFRU).