A sofisticada cultura egípcia, desenvolvida há quatro mil anos, deve muito de sua origem ao rio Nilo. Sem a irrigação que ele proporcionou à região árida do deserto do Saara, não teria florescido a agricultura, a prosperidade e riqueza que caracterizou o período dos faraós.
Os tempos de prosperidade se foram, mas ainda hoje o Egito dependente integralmente do Nilo. Mais de 90% da água do país é provida pelo rio, que tem sete mil quilômetros de extensão – o maior do mundo.
Não é de se estranhar que os egípcios se oponham à construção de uma grande usina hidrelétrica na Etiópia. A barragem é considerada uma ameaça pelo Egito e também pelo Sudão, que temem pela segurança hídrica de seus habitantes.
A barragem Grande Renascença será a maior da África. Ela interrompe o Nilo Azul, principal afluente do Nilo e que entrega 86% do fluxo de água do rio. A obra produzirá um lago de 250 quilômetros.
A usina hidrelétrica que será abastecida pela barragem irá gerar cerca de 6 mil megawatts de energia, um montante que abastecerá inteiramente a Etiópia, com sobras que serão exportadas.
ENERGIA PARA EXPORTAÇÃO
A venda de excedentes de energia tem sido uma fonte de recursos tanto para países quanto para empresas privadas, como, por exemplo, aquelas que são produtoras de biomassa.
A barragem ainda levará cerca de sete anos para a barragem Grande Renascença ser concluída. Enquanto isso não ocorre, permanece o conflito político entre os países tributários do Nilo.