Dados recentes do módulo “Outras formas de trabalho”, do Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostram que os brasileiros estão produzindo cada vez mais para o próprio consumo – seja na plantação de alimentos ou na manutenção das residências. Segundo a pesquisa, 13 milhões de pessoas – no Brasil – realizaram algum tipo de produção em 2018, 2,5 milhões a mais do que o registrado em 2016.
Produção
A pesquisa revela também que dos brasileiros que produziram bens para o próprio consumo – e de suas famílias – a maioria (76,7% do total) estava dedicado a atividade de cultivo, pesca, caça e criação de animais. Essas atividades variam desde pequenas hortas instaladas em casa à criação de animais, como porcos e vacas, por exemplo. De acordo com os dados, em segundo lugar, com 14,5% está a produção de carvão, corte ou coleta de lenha, palha ou outro material. Esses são itens utilizados, principalmente, para a preparação dos alimentos.
Construção de prédios/cômodos e poços artesianos aparecem na terceira posição das atividades mais realizadas pelos brasileiros, com 8%. Segundo Marina Águas, analista da pesquisa, nem todas as atividades são de subsistência. “A pessoa pode ter um emprego, ser bem remunerado, e ter uma plantação em sua casa por hobby”. Ela ainda ressalta que “para subsistência, ter produção para o próprio consumo é importante para a parcela pobre da população”.
Região nordeste
Segundo a pesquisa, as famílias da região Nordeste são as que mais produzem bens para o próprio consumo – desde pesca e cultivar alimentos até produção de roupas. Os dados mostram que 10,9% da população de 14 anos ou mais da região realizaram algum tipo de produção em 2017 – acima da verificação realizada em 2016, de 10,4%. O resultado da pesquisa, somado a outros indicadores divulgados pelo IBGE vêm apontando para uma maior dificuldade da região Nordeste de recuperar-se da crise econômica, mesmo após inúmeros investimentos aplicados na área. “É uma região com agricultura familiar grande, mas é difícil dar relação de casualidade com a crise”, afirmou Marina Águas.
Com informações de: Valor Econômico