Mais de 350 funcionários da varejista Amazon contribuíram com declarações focadas nas práticas climáticas da empresa, desafiando as políticas da gigante de comércio eletrônico e alimentando o confronto entre a gerência e um grupo de trabalhadores ativistas.
Manifestação
Os comentários dos funcionários foram publicados no domingo na plataforma Medium. Há algumas semanas, a Amazon havia ameaçado empregados que deram entrevistas ao jornal Washington Post com medidas disciplinares ou demissão se continuassem a falar publicamente sobre a empresa sem autorização. Os funcionários são membros da Amazon Employees for Climate Justice, uma organização que está em campanha há mais de um ano para pressionar a empresa a deixar de fazer negócio com grupos de combustíveis fósseis e a se comprometer a limitar sua pegada nas emissões de gases de efeito estufa.
Entre os comentários recentemente publicados, o sentimento compartilhado é resumido pela declaração de Amanda Seyfer. Ela é engenheira de desenvolvimento de software: “A Amazon tem a escala de ser uma líder ousada na mudança rumo à energia limpa. Além disso, tem potencial para contribuir significativa para a mudança climática. Sabemos que teremos que lidar com isso no final, então, por que esperar?”
Emissões de carbono
Em setembro do ano passado, o CEO da Amazon, Jeff Bezos, anunciou uma iniciativa destinada a zerar as emissões de carbono até 2040. Além disso, incentivar outras empresas a fazerem o mesmo. No dia seguinte, milhares de funcionários da Amazon fizeram greve em demonstração de apoio às marchas climáticas lideradas por estudantes em todo o mundo. Alguns empregados da Amazon foram reconhecidos como os responsáveis pelo novo compromisso público dos executivos com o meio ambiente e pediram mais. Em comunicado enviado por e-mail, uma porta-voz disse que “é claro que somos entusiastas dessas questões”.
“Embora todos os funcionários sejam incentivados a se engajar construtivamente em qualquer uma das muitas equipes da Amazon que trabalham com sustentabilidade e outros tópicos, aplicamos nossa política de comunicação externa e não permitiremos que trabalhadores denigram publicamente ou deturpem publicamente a empresa ou o trabalho árduo de seus colegas que estão desenvolvendo soluções para esses problemas difíceis”, segundo o comunicado.
Fonte: Exame