FLIP 2023 | Literatura e vida real construídas por mulheres serão motes da Primavera na Festa Literária Internacional de Paraty

Desde 2003, a Festa Literária Internacional de Paraty pontua as suas edições com a vontade de apresentar novas possibilidades de ocupação de espaços públicos com cultura e educação, impulsionando mecanismos de troca entre os que transitam e os que vivem no território. Esse olhar, que sempre esteve presente na participação da Primavera Editorial no evento, ganha novos contornos em 2023 com a ênfase da editora em celebrar a literatura e a vida de mulheres que escrevem e que leem. Com uma programação intensa, a editora aporta em Paraty com lançamento de livros e jornal dedicado à produção feminina; oficinas de escrita; rodas de conversa; e a charmosa Bike Literária. A Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP) acontece de 22 a 26 de novembro.

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SÃO PAULO | Com um olhar dedicado à produção literária feminina, a Primavera Editorial aportará na edição 2023 da Festa Literária Internacional de Paraty com uma programação que celebra a vida e a obra de autoras nacionais e estrangeiras por meio de rodas de conversa, palestras, oficinas e lançamento de jornal. Entre os temas que pontuam a participação, a escrita feminina; autoria e tradução; crônicas negras; tecnologia e mercado editorial; ambientes de trabalho; e Pagu – a homenageada da FLIP neste ano. Como parte da programação, a charmosa Bike Literária percorrerá as ruas da FLIP com uma amostra consistente do portfólio da editora.  

Segundo Larissa Caldin, CEO da editora, uma das novidades da participação deste ano será o lançamento do Jornal Primavera Editorial. “Ao final da FLIP 2022, questionamos se seria possível levar a rica experiência da feira para um público mais amplo. Dessa forma, nasceu a proposta do jornal, pensado para dar voz à literatura e permitir que ela alcance mais e mais leitores. Na edição especial, não apenas revisitamos universos de autoras consagradas, como trazemos uma perspectiva íntima dos bastidores da literatura contemporânea. Em um dos conteúdos, uma entrevista exclusiva com a best-seller do The New York Times, Etaf Rum – autora norte-americana de origem palestina que publicanos no Brasil; em outra matéria, um texto sobre Ruth Guimarães, que nos conecta com a essência da vida e da tradição brasileira da escrita feminina”, afirma, acrescentando que a Primavera estará presente, também, na casa Escreva, Garota!, uma iniciativa de Lella Malta, produtora do evento Elas publicam.

Entre as obras de destaque que a Primavera Editorial levará para a FLIP 2023, Eu não quero contar uma história, livro de Etaf Rum, que enfoca a experiência de mulheres do Oriente Médio – especialmente as que vivem entre duas culturas totalmente diferentes. Distinta, desafiadora e sincera, a narrativa dela transita entre as perspectivas das suas personagens mulheres e toda a violência imposta a elas: tanto pela cultura patriarcal quanto pela ocupação israelense dos territórios palestinos. Um segundo destaque, será o lançamento Marinheira no Mundo, de Ruth Guimarães. As crônicas reunidas trazem o Brasil visto, escrito e vivido por uma mulher que pertence a si mesma e aos seus filhos; que não recusa suas raízes e faz da literatura sua própria potência. Mais informações sobre a programação da Primavera Editorial na FLIP: www.primaveraeditorial.com.br.

 

OBRAS EM DESTAQUE  

MARINHEIRA NO MUNDO | Ruth Guimarães (Brasil)

A obra traz 103 textos que resgatam tipos populares, usos e costumes, flagrantes do cotidiano de recortes plurais do Brasil; algumas das crônicas são tecidas em uma trama poética, como a que dá o titulo à obra. Ruth (1920–2014) se descrevia como “mulher, negra, pobre e caipira”, embora a extensa lista de realizações mostre muito mais do que essa autoapresentação. Ela é igualmente notável como romancista, contista, tradutora, ensaísta, poetisa, folclorista, professora, jornalista e pesquisadora da cultura popular. Ruth escreveu mais de 50 livros, entre romances, contos, ensaios e traduções; também escreveu poesias e peças de teatro, contribuindo com críticas literárias, crônicas e reportagens para diversos jornais. Tradutora de grandes autores clássicos – como Dostoiévski e Balzac –, redigiu uma enciclopédia de mitologia grega, adotada em muitas faculdades, ao mesmo tempo em que passeava com facilidade pelos contos populares, pelas histórias do folclore e pela cultura caipira. Sua literatura nasce da rica experiência pessoal no cenário rural e caipira, que habilmente retrata em suas obras. As histórias da tradição oral, coletadas durante sua infância no Sul de Minas e no Vale do Paraíba, desempenharam um papel fundamental em moldar sua trajetória como escritora.

EU NÃO QUERO CONTAR UMA HISTÓRIA | Etaf Rum (Estados Unidos)

A escrita pode transformar o indizível em uma história. Só que eu não quero contar uma história… eu quero me libertar”, afirma a escritora Etaf Rum, best-seller do The New York Times. A obra acompanha a trajetória de Yara, mulher que conquistou o mundo, mas não a si mesma. Criada em uma família palestina conservadora e emocionalmente volátil no Brooklyn, Estados Unidos, ela acreditava que finalmente seria livre ao se casar com Fadi, um encantador empresário. No começo, tudo parecia a realização de um sonho: ela concluiu uma graduação em Artes e conseguiu um bom emprego na faculdade local. Mas ainda precisava desempenhar o papel de esposa tradicional – cuidar da casa e de suas duas filhas em idade escolar, além de preparar o jantar para o marido todos os dias. Yara sabe que sua vida é mais recompensadora do que a da própria mãe, mas ela sente um profundo vazio, o qual não consegue explicar.

Após perder a oportunidade de acompanhar uma viagem estudantil à Europa e reagir a uma provocação racista de uma colega de trabalho, ela é colocada em probação e obrigada a fazer sessões de terapia para se manter no emprego. Sua mãe culpa uma suposta maldição familiar pelos problemas que Yara enfrenta. Embora não acredite em antigas superstições, ela se sente cada vez mais inquieta com o aviso e com a possibilidade de repetir os mesmos erros de sua mãe. Assim, Yara vê seu mundo cuidadosamente construído desmoronar. Agora, para se salvar, ela precisa enfrentar a realidade de que as dificuldades de sua infância, que pensava ter deixado para trás, têm implicações reais e prejudiciais não apenas para seu próprio futuro, mas também para o das suas filhas.

 

 QUANDO O FUTURO CHEGOU E ENCONTREI UM PENTELHO BRANCO | Adriana Pimenta (Brasil)

Uma mulher em meio a uma crise pessoal busca ajuda de todas as formas possíveis: consulta terapeutas, explora respostas na espiritualidade e entrevista antropólogos na esperança de compreender a natureza de sua inquietação. O que a aflige exatamente? Uma constante oscilação entre o desejo de partir e o anseio de permanecer. Embora muitos a rotulem como “crise dos quarenta”, para a autora desta história, o nome é “MC – Minha Crise”. Esta narrativa tocante e ao mesmo tempo bem-humorada, descreve de maneira sincera a jornada de uma mulher enquanto enfrenta os desafios em sua trajetória em direção à maturidade. A leitura provoca risos e lágrimas, e, muitas vezes, uma combinação de ambos.

AS MÃES SÃO MUITAS | Katixa Agirre (Espanha)

Uma mãe assassina seus gêmeos. Outra, a protagonista deste livro, prestes a dar à luz uma criança e obcecada pelo infanticídio ocorrido, decide escrever esta história como uma tentativa de compreender: o amor pode ser letal? Combinando elementos de um thriller, este romance se revela inovador e profundamente perturbador. Katixa Agirre explora a relação entre maternidade e criação, dialogando com autoras como Sylvia Plath e Doris Lessing, enquanto questiona: Ser mãe é uma prisão? O resultado é um livro inédito, que provoca inquietação e originalidade, pois a autora não oferece respostas definitivas, mas sim lança luz sobre contradições e descobertas.

AGENDA | PRIMAVERA EDITORIAL NA FLIP

23 de novembro | Casa Escreva, Garota! | 12 horas

Oficina de Autoficção: ficcionalize sua própria história com Adriana Pimenta

23 de novembro | Casa Urutau | 16h30

Bate-papo: Quem traduziu esse texto? Autoria e tradução

Participações: Thiago Ponce Moraes, Tomaz Amorim Izabel e Larissa Caldin

24 de novembro | Casa PublishNews | 11 horas

GPTW apresenta: Toda empresa pode ser um ótimo lugar para se trabalhar

Participações: Marina Sobral (diretora-executiva do Great Place to Work) e Larissa Caldin (CEO da Primavera Editorial, empresa do ecossistema Great People)

Mediação: Fábio Uehara, diretor-editorial da Tocalivros e apresentador do

podcast do PublishNews.

24 de novembro | Casa Folha | 10 horas

Crônicas Negras

Participações: Júnia Botelho e Juliana Borges

24 de novembro | Encruza Literária –  Bar do Damião | 17 horas

Bate-papo + Happy Hour: “Sou Pagu indignada no palanque” em parceria com a

Editora Oficina da Raquel.

Mediação: Mariana Bastos

25 de novembro | Casa PublishNews | 18h10

Como a tecnologia pode ajudar (mais) o mercado editorial

Participações: Ricardo Costa (CEO da MVB Brasil), Zil Ferraz (gerente de audiobook da Centauro Comunicaciones), André Palme (CCO do Skeelo) e Larissa Caldin (CEO da Primavera Editorial)

Todos os dias |

Bicicleta da Primavera estará rodando pelo Centro Histórico de Paraty

durante esses dias de celebração à literatura!

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