Na COP15, indústria brasileira discute iniciativas em bioeconomia

Em painel promovido pela CNI, empresas vão apresentar projetos de sucesso que aliam desenvolvimento econômico e conservação ambiental

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Confederação Nacional da Indústria (CNI) promove nesta quinta-feira (15), em Montreal, no Canadá, um painel sobre as iniciativas da indústria brasileira em bioeconomia.

O debate faz parte da programação paralela da 15ª Conferência das Partes (COP15) da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) da ONU, maior fórum global sobre o tema.

O painel da CNI vai apresentar ações bem-sucedidas que reconhecem a importância de modelos de negócios baseados em bioeconomia sustentável. São propostas que conectam biodiversidade à pesquisa, desenvolvimento e inovação, considerando os objetivos da Convenção sobre Diversidade Biológica.

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Mediador do debate, o gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo, destaca que a indústria brasileira valoriza o potencial das florestas através de projetos que conservam biodiversidade e geram renda e desenvolvimento.


“A indústria tem mostrado que é possível estimular a economia e promover o desenvolvimento social em sintonia com a conservação ambiental, através do uso sustentável da biodiversidade”.


Representantes das empresas Natura, Reservas Votorantim e da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) vão participar do painel. A indústria de base florestal planta mais de 1,5 milhão de árvores por dia, geralmente eucalipto e pinus, de rápido crescimento, que sequestram e estocam gás carbônico, auxiliando na batalha contra as mudanças do clima, e geram retorno financeiro. O setor possui uma carteira de investimentos em andamento ou anunciados (2022-2028) que alcança R$ 60,4 bilhões.

Para o diretor-executivo da Ibá, José Carlos da Fonseca Jr., o país “tem uma enorme oportunidade de se posicionar como grande potência agroambiental, da bioeconomia em larga escala, com soluções para o meio ambiente e a sustentabilidade”.

Crédito de carbono é oportunidade

A Reservas Votorantim vai mostrar como as áreas plantadas e conservadas podem gerar renda, proteger florestas e a biodiversidade por meio do mercado de carbono. A empresa investe em áreas de Cerrado e Mata Atlântica, que somam 63 mil hectares de mata nativa conservada, estocando 20 milhões de toneladas de carbono, e lidera projetos inéditos nos dois biomas.

Em Montreal, o diretor executivo, David Canassa, vai apresentar a primeira metodologia de crédito de carbono na Mata Atlântica. A iniciativa, batizada de PSA-Carbonflor e desenvolvida em parceria com a Eccon Consultoria, é inédita para o bioma e vai viabilizar o pagamento por serviços ambientais, com sequestro de carbono e preservação da biodiversidade.

A Reservas Votorantim também foi pioneira em certificar o primeiro projeto de REDD+ (Redução de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação Florestal) do Cerrado. No período de 2017 a 2021, foram certificados 11,5 mil hectares para emissão de 316 mil créditos de carbono.

Outro case que será apresentado é o da Natura, empresa líder em negócios sustentáveis com bioingredientes da Amazônia e atuação em conservação do meio ambiente e desenvolvimento das populações locais. Por meio desse modelo de negócios, desde 2011, a Natura já movimentou R$ 2,55 bilhões em volume de negócios na região Amazônica.

A empresa estabeleceu relacionamento com 85 cadeias da sociobiodiversidade e desenvolveu 41 bioingredientes, gerando renda para mais de 8 mil famílias de comunidades extrativistas e contribuindo para a conservação de 2 milhões de hectares de floresta na Amazônia. A meta é aumentar a área conservada para 3 milhões de hectares até 2030.

“A Amazônia, por exemplo, é o maior ativo da biodiversidade do mundo – o que deve ser visto como um ativo econômico com muitas oportunidades de negócios. Com investimentos em tecnologia, pesquisa e estratégia podemos explorar essa vantagem competitiva e tornar o país uma potência em bioeconomia”, diz Denise Hills, diretora de Sustentabilidade da empresa.

Fonte: Portal da Indústria

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