Brasileiro voltava de laboratório de ‘incêndios’ quando viu Notre-Dame em chamas: ‘Luto’

Cientista Gabriel Estevam Domingos voltava de um laboratório que faz simulação de incêndios quando observou que a Catedral Notre-Dame estava em chamas.

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O jovem cientista brasileiro Gabriel Estevam Domingos foi à Paris para uma missão internacional sobre sustentabilidade e inovação na área da construção, mas acabou presenciando um dos momentos mais tristes da história da arquitetura do país: o incêndio na catedral Notre-Dame. Ele pôde admirar, de perto, a imponente igreja e, dias depois, o luto do povo francês que orava em coro em frente a catedral.

Morador de Praia Grande, Gabriel chegou à capital francesa no último domingo. Ganhador do Prêmio de Inovação e Sustentabilidade COMAT/CBIC em 2018, ele integra a missão técnica internacional para conhecer o que está se fazendo de melhor em termos de construção e novas tecnologias na França.

O grupo, nesta terça-feira (16), visitou a Cerway, a entidade francesa responsável pela emissão do selo HQE (Haute Qualité Environmentale – Alta Qualidade Ambiantal). Eles também estiveram no CSTB (Centre Scientifique et Technique du Bâtiment), um centro de tecnologia, testes e pesquisas de excelência, cujas atividades são acompanhadas por todo o mercado de materiais e sistemas de construção do país.

“Visitamos um laboratório onde se faz simulação de incêndio, desde como se comporta o concreto, a chama, a fumaça. Esse CSTB é um dos mais rigorosos. Ele arbitra nas legislações. O laboratório é de desenvolvimento e pesquisa de teste de materiais de construção contra incêndio em Paris, um dos melhores do mundo”, conta.

Minutos após a visita, o brasileiro chegou no hotel e notou que o incêndio havia começado na catedral Notre-Dame. Gabriel conseguiu conhecer a igreja, dias antes, logo que chegou na Cidade. Ele tirou uma foto em frente a Notre-Dame.

“A Catedral estava em reforma, cheia de estruturas metálicas. Tem normativas, eles são rigorosos, Paris ainda é referência nisso. O Centro que visitamos é de prevenção para esse tipo de coisa. O que ocorre é que a catedral é muito antiga. Foi muita coincidência a gente sair de um Centro de Simulação e pegar fogo a catedral”, explicou.

Ao saber da notícia, parte da comitiva foi para o local do incêndio. Eles acompanharam as primeiras equipes de emergência chegando a Notre-Dame. “A polícia colocou as faixas de contenção, mas as pessoas começaram a invadir e passaram a filmar. Eram muitos turistas e muitos franceses em extremo luto”, relata o brasileiro.

Por volta das 21h de Paris, o cientista estava na área onde fica localizada a catedral e presenciou a tristeza dos franceses, que observavam a igreja pegando fogo e cantavam em coro. “Eles fazendo uma oração, em coro, enquanto estava no ápice do fogo”, disse.

A missão técnica da comitiva brasileira segue a programação em Paris até sábado (20) com visitas a espaços com soluções na área de construção e empreendimentos mais inovadores do mundo. Na manhã desta terça-feira, antes de sair para as visitas do dia, o brasileiro notou que Paris acordou diferente.

“Na área periférica continua tudo normal. Mas, a cidade estava muito parada, pelo menos na região do acidente, por alguma estratégia, por ter sido isolada a área”, comenta.

Fonte: G1

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