A poluição do uso de plásticos é um problema grave no mundo e se tornou maior com a pandemia, mas nunca é tarde para uma mudança na forma do uso e do descarte. Pensando nisso, empreendedores do Alto Tietê inovaram ou se adaptaram em suas áreas de atuação profissional, preocupados com a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente.
Logo pela manhã, o chef de cozinha Felipe Freire já está de pé preparando o cardápio do dia. No ano passado, ele precisou fechar o restaurante por causa da crise provocada pela pandemia.
Foi quando Felipe, junto de outros dois sócios, teve a ideia de abrir uma “dark kitchen”, um modelo do ramo de alimentação que só trabalha com entregas.
“Veio a pandemia, a gente foi fazendo as adequações para continuar trabalhando. Achamos que seria um período curto, mas, no fim do ano, as coisas começaram a ficar mais difíceis. Tivemos um aumento no aluguel. Tudo foi culminando para que a gente não conseguisse trabalhar. Fomos dispensando os funcionários. Chegou uma hora em que, infelizmente, não deu para continuar, e a gente teve que fechar”.
No ano em que precisou se reinventar, ele também começou a mudar alguns conceitos no trabalho. Desde então, os pedidos são embalados em uma espécie de papel cartão. Tudo isso para ter um menor impacto ambiental.
“Nós começamos a pensar em uma forma de agredir menos o meio ambiente e estamos fazendo a migração para essas embalagens biodegradáveis. Até no máximo seis meses elas se desfazem no meio ambiente, diferentemente do plástico e do isopor, com os quais trabalhávamos”.
Segundo um estudo sobre descarte de plástico, houve um aumento de 30% na coleta desses materiais durante a pandemia. O problema é que o Brasil recicla apenas 1% das 11 milhões de toneladas de plásticos produzidas por ano.
Pensando no cuidado com o meio ambiente, a empreendedora Mellissa Honda, de apenas 18 anos, abriu uma loja de produtos ecológicos em Mogi das Cruzes.
“Eu sempre fui muito preocupada com o meio ambiente, sempre tentei fazer a minha parte para ajudar, porque eu sei que, hoje em dia, ninguém está preocupado com isso. Fui pesquisando, estudando cada vez mais, entendendo para passar para as pessoas. E a ideia de criar minha marca surgiu quando percebi que, em Mogi, não tinha muitas lojas de produtos ecológicos”.
O local tem ecobags, escovas de dentes de bambu, copos retráteis de silicones e outros produtos que não agridem o meio ambiente e que o consumidor pode usar no lugar do tradicional plástico e outros materiais que demoram para se decompor.
“O futuro é esse. A gente procurar por soluções alternativas para tirar o uso de plásticos. E eu percebo também que, hoje em dia, tem muitas empresas que estão tentando ajudar o meio ambiente, porque elas percebem que, quando usam muito plástico e não estão nem aí para nada, acabam perdendo clientes”.
É com pequenas mudanças no dia a dia que, sem perceber, é possível melhorar o local onde se vive e que ainda pede por cuidado: o planeta Terra.
“Ninguém pensa no que vai acontecer depois. Só pensa na praticidade. Vai usar algo por uns dois minutos e depois vai jogar fora. Só que, na verdade, jogar fora não é muito o jeito certo de dizer, porque moramos no planeta Terra, e a gente não joga fora. Ele vai permanecer aqui por muito tempo”, disse Mellissa.
“A gente tem que fazer alguma coisa para ficar diferente. A gente quer crescer, mas dentro disso, pensando no hoje e principalmente no amanhã”, comentou Felipe.
Fonte: G1