Oratórios revelam o cotidiano do Brasil colonial

Fotomontagem com imagens de Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin
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Reaberta após a pandemia, mostra fica em cartaz até 15 de junho na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin da USP

A Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM) da USP reabriu em 25 de maio passado a exposição Oratórios Brasileiros. Aberta em fevereiro de 2020 – e logo depois fechada em razão da pandemia de covid-19 -, a exposição volta a abrir as portas ao público, de segunda-feira (das 8h30 às 18h30) a sábado (das 8 às 13 horas). A curadoria é da pesquisadora Silveli Maria de Toledo Russo, doutora em Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP.

A mostra apresenta um conjunto de oratórios que ajudam a contar a história do cotidiano rural e urbano da sociedade colonial brasileira, além de documentos da época. Os oratórios pertencem à Coleção Casagrande, um acervo particular reunido ao longo de mais de 30 anos pelo colecionador Ary Casagrande Filho, de São Paulo. “A coleção se destaca por conter uma ampla produção documental de arte brasileira, cujo repertório abrange desde o período colonial até a contemporaneidade”, de acordo com texto publicado no site da BBM. “Mais do que simples objetos de devoção, os oratórios são heranças portuguesas que se tornaram parte relevante da tradição brasileira e por isso são considerados elementos importantes para o estudo da história do País, em especial do período colonial. Na época, com distâncias muito grandes e um pequeno número de padres, a presença dos oratórios em moradias ou espaços públicos acabava fazendo o papel de uma pequena capela.”

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Como mostrou o Jornal da USP em matéria publicada na época da inauguração da mostra, estão expostos dois tipos de oratórios devocionais: os domésticos, ou seja, aqueles utilizados no ambiente residencial (nos espaços comuns, salão e dormitório), e outros de caráter provisório e eventual, usados em expedições – por terra ou marítimas. Já entre os documentos expostos estão manuscritos setecentistas e oitocentistas da Igreja – como os compromissos de irmandades religiosas, que apresentam capitulares ricos em ornamentações, com destaque para o estatuto da Irmandade Nossa Senhora do Rosário dos Pretos da Freguesia de São José da Barra Longa, em Mariana (MG). “Os oratórios representam a expressão de fé ao agregarem os fiéis devotos para as práticas da oração e meditação, com um singular repertório de imagens religiosas, em esculturas e pintura, corroborando o entendimento do universo simbólico da vida cotidiana e dos costumes no interior das moradias na sociedade colonial brasileira”, disse na ocasião a curadora Silveli Russo.

A exposição Oratórios Brasileiros está em cartaz até 15 de junho, de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 18h30, na Sala Multiuso da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM) da USP (Rua da Biblioteca, 21, Cidade Universitária, em São Paulo). Grátis. É obrigatório o uso de máscara.

Créditos – Jornal da USP

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