Tecnologia ajuda cooperativa do Cerrado a incrementar o agroextrativismo sustentável

O WWF-Brasil apoia a realização e o fortalecimento de cooperativas

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As comunidades e povos que habitam o Cerrado, além de deterem saberes tradicionais passados de geração em geração, são importantes aliados em sua conservação. Para apoiar a geração de renda e a manutenção do Cerrado em pé, o WWF-Brasil apoia a realização e o fortalecimento de cooperativas focadas em agroextrativismo e a capacitação de seus funcionários.

Capacitação

Os trabalhadores da Cooperativa dos Agricultores Familiares e Extrativistas do Peruaçu, localizada na comunidade de Areião na região do Mosaico Sertão Veredas Peruaçu, acabam de acolher uma capacitação em tecnologias cocriadas para aperfeiçoar e criar máquinas que  possam otimizar o beneficiamento dos frutos nativos do Cerrado, como pequi, baru e tantos outros.

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Durante 5 dias de oficina, 25 agroextrativistas e parceiros tiveram uma rica oportunidade de desenhar e aperfeiçoar o maquinário que será utilizado em suas Cooperativas para ampliar a escala de comercialização. A novidade é fruto de uma iniciativa do WWF-Brasil em parceria com o Instituto Invento, e o CEPF (Critical Ecosystem Parternership Fund).

“As máquinas são desenhadas pelos próprios participantes e construídas de forma participativa, resultando num produto final totalmente de acordo com a realidade local e com baixo custo”, explica Vinícius Pereira, analista de Conservação do WWF-Brasil. “Como os projetos partem de problemas cotidianos identificados pelas próprias comunidades, são tecnologias inéditas ou adaptadas aos seus contextos locais. Esses equipamentos geralmente minimizam custos e facilitam o trabalho nas comunidades rurais, seja na produção da agricultura familiar ou na produção do agroextrativismo. Ao manter o conhecimento sobre a produção de seus equipamentos, as comunidades também ganham em autonomia”, completa o analista do WWF-Brasil.

“A oficina foi um sucesso. Os participantes, incluindo os futuros técnicos em agropecuária do Peruaçu desenharam a aperfeiçoaram três máquinas: uma para fabricar a farinha do jatobá, uma para extrair a castanha de piqui e outra para extrair creme de piqui, além da nova máquina de despolpar piqui em sua primeira versão. Agora só falta adequar o equipamento de acordo com as normas sanitárias”, diz Odair Scatolini, gestor do Instituto Invento.

Conservação

Valdomiro da Mota Brito, presidente da Cooperuaçu e estudante do curso Técnico em Agropecuária  a oficina afirma que a oficina “foi a melhor de todos os tempos”. Participaram da oficina representantes das seguintes cooperativas: Coop Sertão Veredas, Cooperativa Grande Sertão, Central do Cerrado, Associação de Água Doce e o Núcleo do Piqui, além do Projeto Bem Diverso da Embrapa.

O agroextrativismo, além de garantir a conservação do bioma, é uma fonte de renda para as comunidades locais, favorecendo o desenvolvimento sustentável e a permanência dos povos tradicionais no Cerrado, contendo a migração campo-cidade.

Tecnologias sociais

Até agora, o WWF-Brasil, em parceria com o Instituto Invento, formou 130 pessoas em comunidades de quatro diferentes regiões do Cerrado: Peruaçu, no Norte de Minas; Mambai, no Leste de Goiás; Comunidade do Brejão, no Oeste da Bahia; e Pipiripau/Descoberto no DF. Essa capacitação já gerou 16 tecnologias. Entre elas estão: maquinário para a quebra de Pequi, Castanha de Jatobá e Baru; equipamentos para arrancar mandioca e plantadeira de mudas de hortaliças. Está última, conta com sistema ergonômico que auxilia os funcionários do agroextrativismo na produção com menos esforço físico. Além disso, o custo do desenvolvimento deste engenho foi bem abaixo do valor de mercado. Em torno de R$ 150,00, sendo que a média de um equipamento com está finalidade é de R$ 45 mil.

Ou seja, elas ajudam a elevar a produtividade do extrativista. Pois a colheita e a manipulação dos produtos se torna mais ágil e eles podem obter maior lucro com a produção. Na retirada da castanha de Pequi, por exemplo, a comunidade tinha uma produção seis quilos/dias. Agora com o maquinário este índice é de 60 a 80 quilos/dia. Ressaltando, que além da retirada da semente é possível extrair o creme de Pequi, num único processo – reduzindo, consideravelmente, o tempo de produção.

Além disso, os equipamentos contribuem também com a melhoria da qualidade de vida (mais ergonomia e mais saúde para os trabalhadores). O projeto incluiu ainda uma formação para facilitadores latinoamericanos na metodologia CCB – Creative Capacity Building.

Fonte: WWF-BRASIL

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