No mundo de hoje é essencial chegar a um ponto em que os interesses comuns entre o mercado e a produção agrícola venham à tona. O contexto atual traz algumas reflexões sobre como fornecer alimentos seguros e nutritivos para todos, mas a discussão vai além disso e outras questões devem ser debatidas. Como é possível atender às demandas do mercado com o que é chamado de revolução verde, a Agricultura 4.0?
Fórum Brasil África
Esta foi a discussão durante a última sessão do primeiro dia do Fórum Brasil África 2019. Participaram do painel Ulrich Sabel-Koschella, Chefe da Agricultura de Cadeias de Valor do GIZ; Alysson Paolinelli, Embaixador da Boa Vontade do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA); Tang Shengyao, Diretor do Escritório de Cooperação Sul-Sul e Triangular da FAO; Jessie de Boer, cofundadora da LEAF África; Paolo Silveri, Economista Regional Líder na Região da América Latina e Caribe do FIDA; e Miguel Azevedo, Chefe de Bancos de Investimento no Oriente Médio e África do Citigroup.
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Estratégias
Para Ulrich Sabel-Koschella, a agricultura 4.0 sustentável, vinculada às práticas agroflorestais, é uma das estratégias possíveis. Desta forma, é possível fortalecer as conexões entre pequenos agricultores e o mercado, por meio da Economia Compartilhada.
Pensamentos semelhantes são endossados por Paolo Silveri: “Nunca devemos esquecer o que e para quem fazemos o que fazemos.”
A relação com o setor privado, é claro, é delicada. Ulrich, com seu trabalho focado na vida de pequenos produtores, também apontou: “A população da África cresceu exponencialmente, o que significa que mais e mais pessoas nas áreas urbanas precisam ser alimentadas. 70% da comida é comprada dos pequenos agricultores. ”
Jessie de Boer acrescentou que 80% do solo já está degradado e, para encontrar soluções e pensar no futuro, é necessário não apenas discutir a questão dos alimentos, mas também como a vida funciona. Em sua empresa, L.E.A.F. África, está sendo desenvolvido um trabalho focado em encontrar soluções para o agronegócio na África, por meio da agricultura regenerativa e integrada.
Quando se trata do potencial do Brasil para reduzir a pobreza através da promoção da segurança alimentar, Alysson Paolinelli menciona que “a chave da segurança alimentar está aqui: através dessa agricultura competitiva, em um país tropical”. trazido por máquinas e outras tecnologias que melhoraram as condições de trabalho para os agricultores nos últimos anos, ele enfatizou o crescente potencial da savana brasileira e como esse modelo de agricultura sustentável é reivindicado como um dos mais eficazes do mundo.
Investimentos
Em termos de investimentos e oportunidades financeiras, Miguel de Azevedo vai direto ao ponto: “Acreditamos que o elemento-chave é o acesso ao capital. O que fazemos é conectar investidores de todo o mundo com empreendedores na África. Nós os reunimos com investidores para criar possíveis oportunidades”.
A 7ª edição do Fórum Brasil África, realizada em São Paulo, nos dias 12 e 13 de novembro, apresentou o tema principal “Segurança alimentar: caminho para o crescimento econômico”. Durante o evento, cerca de 300 representantes de governos, setor privado, academia e possíveis investidores trocaram experiências, discutiram oportunidades valiosas e também divulgaram um vasto conhecimento relacionado a possíveis soluções para a erradicação da fome, além da promoção do desenvolvimento sustentável no Brasil e nos países da América Latina e no continente africano.