Construída entre 1163 e 1245 a Catedral de Notre-Dame de Paris é uma das catedrais góticas mais antigas do mundo, com mais de 800 anos de vida. Em Notre-Dame foram realizados importantes acontecimentos históricos da França, entre os quais vale destacar a coroação de Napoleão Bonaparte e a beatificação de Joana D’Arc.
Em 2018, foi visitada por mais de 13 milhões de pessoas, cerca de 35 mil por dia, o dobro dos turistas externos que vieram ao Brasil. Pelas últimas notícias, dinheiro não vai faltar para a reconstrução, pois os franceses e pessoas de todo o mundo estão doando muito dinheiro para que ela volte ao seu brilho inconfundível, símbolo da França.
Com toda a infra-estrutura de combate a incêndios, ela foi devorada pelo fogo e ardeu por 8 horas. Trata-se de um bom exemplo para as autoridades da Estância Turística de Itu tratar de proteger o patrimônio religioso de inúmeras igrejas, uma das principais atrações turísticas da cidade e símbolos da fé católica do povo ituano.
Patrimônio Histórico x Bombeiros
O problema é o embate que existe entre a conservação do patrimônio histórico de séculos tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo), e a legislação contra incêndios do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo.
A belíssima Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária foi construída em 1780, sob orientação do Padre João Leite Ferraz. Recebeu depois, sucessivas reformas, com destaque para os trabalhos de Ramos Azevedo e do ituano Paula Souza. Ela já sofreu dois incêndios na sua trajetória histórica. Não há registros ou estatísticas do número de visitantes.
Os acabamentos interiores seguem o Barroco e Rococó. No interior do templo existem obras valiosas de talhas, de imagens sacras e de pintura, de autoria de José Patrício da Silva, do Padre Jesuíno do Monte Carmelo e de Almeida Júnior. A Matriz de Itu é considerada a maior expressão do barroco em todo o Estado de São Paulo.
A Igreja Matriz de Itu foi o primeiro bem tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no interior do Estado, em 1938, por uma iniciativa do escritor Mario de Andrade, que também dedicou profundos estudos ao Padre Jesuíno do Monte Carmelo.
O grande problema é como conciliar a defesa do patrimônio histórico com a necessidade de se proteger esses bens do risco de incêndios. Lembrando que as igrejas da Estância Turística de Itu são do século 18 e 19, todas com inúmeras obras de arte de incalculável valor.
O que seria mais importante? Ter equipamentos modernos de combate a incêndios, como extintores, chuveirinhos, manutenção elétrica, brigadas de incêndio, rotas de fuga etc ou deixar uma igreja intacta com a possibilidade real de um dia ela ser destruída por um incêndio.
Por que não um encontro entre as igrejas, Prefeitura, Condephaat e bombeiros? Quem sabe poderiam surgir novas idéias.