Para além do campo: desafios da Automação Inteligente de Processos no back office do agronegócio

Foto: Lecom.
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Não é mais possível falar sobre a r(evolução) do agronegócio sem que a importância da automação inteligente de processos no back office seja abordada.

Chegou a hora de olharmos para quem está nos escritórios das empresas do mercado agro, orquestrando grande parte das atividades que não são visíveis ao consumidor final.

Embora pareça contraditório, para falarmos sobre Automação Inteligente de Processos no agronegócio é preciso olhar por um instante para outros segmentos, principalmente os que envolvem a vida urbana.

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Hoje, não é mais necessário ir até o supermercado para ter todos os mantimentos em casa. Basta acessar aplicativos como o Rappi ou o iFood, realizar o pedido e acompanhar a compra em tempo real.

O mesmo acontece quando pensamos em locomoção. Foi-se o tempo em que você precisava ficar parado na chuva até encontrar um táxi na rua.

Agora, basta solicitar um motorista via app e embarcar para a sua viagem: tudo isso com a certeza de que vai chegar ao seu destino pelo caminho mais rápido. Felizmente, o motorista tem na palma das mãos um aplicativo que o ajuda a desviar dos engarrafamentos.

Todas essas situações mostram uma mudança de paradigma fundamental para que possamos entender o novo mundo: a transformação de fluxos manuais em fluxos digitais.

Mas embora estejamos acostumados a ver a disrupção acontecendo ao vivo no nosso dia a dia, por que no back office do agronegócio toda essa inovação não aparece tão claramente?

No agronegócio, o nível de complexidade é maior que pedir uma corrida de Uber ou uma compra de supermercado.

Trabalhamos com variáveis de difícil controle e temos operações complicadas: lidamos com pragas, mudanças climáticas e do solo, épocas de plantio e colheita – tudo isso vivendo, em grande parte, com um pensamento analógico.

É verdade que muito se fala sobre transformação digital no agronegócio, mas geralmente o foco é na aplicação de tecnologias ao campo.

Maquinários inteligentes, drones para monitoramento, aplicativos de detecção de pragas e mapas de plantio são apenas algumas das tecnologias que vêm ganhando espaço no agronegócio brasileiro.

Todas essas soluções são, sem sombra de dúvidas, fundamentais para o crescimento sustentável, produtividade, qualidade e expansão dos negócios do setor. No entanto, poucos têm notado o impacto da transformação digital no back office das empresas.

A Automação Inteligente de Processos está impulsionando resultados e reduzindo custos das operações do agronegócio: Recursos Humanos, gestão de riscos, integração da cadeia, logística, gestão financeira, compra de insumos e atendimento ao cliente são exemplos de áreas que vêm sendo revolucionadas nas organizações do mercado agro e contribuindo diretamente para os resultados dos negócios.

Mas por que falam tão pouco sobre o assunto?

Uma das grandes fantasias que vemos circulando entre gestores e profissionais do agro é a de que a automação burocratiza processos. Esse é o primeiro ponto que precisamos tensionar.

O grande objetivo da Automação Inteligente é oferecer aceleração e eficiência às empresas, bem como simplificar os processos e, consequentemente, facilitar o trabalho das pessoas.

Com as automações, reduzimos as atividades burocráticas, liberando os colaboradores para a execução de ações cada vez mais estratégicas, que realmente agregam valor ao negócio.

Processos executados em papéis, e-mails e planilhas do Excel são substituídos por soluções digitais, que agilizam o fluxo de trabalho e, consequentemente, geram economia para a empresa.

Temos casos de automações no back office de empresas do mercado agro que reduziram atividades de três dias para apenas duas horas.

Também temos histórias de trabalhadores do campo que não precisam mais ir até os escritórios das empresas para entregar documentações ou acompanhar solicitações de materiais.

Agora, basta um smartphone para que o back office receba automaticamente as demandas desses trabalhadores, que hoje não têm mais preocupações com deslocamentos ou perda de informações em e-mails e papéis.

Há, ainda, casos de eliminação de ligações e trocas de e-mail, por exemplo, para a compra de insumos, o que está agilizando (e muito) o trabalho de toda a cadeia produtiva.

O poder do aumento da qualidade e a capacidade de redução de custos da Automação Inteligente de Processos é claro.

Não é à toa que usar a tecnologia a favor dos negócios deixou de ser alegórico para se tornar essencial no novo mundo.

Outro mito sobre a tecnologia é de que apenas os grandes podem usufruir de seus benefícios. Embora eles estejam à frente, principalmente por acompanharem as tendências de outros países, a Automação Inteligente de Processos já é uma solução acessível para os pequenos e os médios empreendedores do setor.

Uma das principais características da automação de processos é sua flexibilidade e capacidade de se adaptar às necessidades de cada negócio, orquestrando todo o trabalho do back office, mas respeitando as especificidades das empresas.

Mas para que as automações se popularizem no Brasil, temos o grande desafio de impulsionar a cultura digital no agronegócio.

O que sempre tentamos mostrar ao mercado é que não se implanta uma automação de processos. A implantação, na verdade, é de uma cultura de transformação de processos, que melhora continuamente, com o refinamento desses fluxos.

Para combater esse mito, é preciso mostrar para as pessoas que a automação vem para somar, e não subtrair. Nesse cenário, engajar os colaboradores na jornada de transformação digital é o primeiro passo para o sucesso. Afinal, a digitalização é feita para gerar valor para as pessoas.

Ao longo dos anos, vimos diversas empresas criando estratégias inteligentes para aumentar o engajamento, como treinamentos, webinars de disseminação de boas práticas e testes de uso da tecnologia para que os próprios colaboradores sintam, na prática, as vantagens da automação.

Acreditamos que a disseminação de conhecimento ajuda a quebrar barreiras e resistências em relação à automação de processos. Cada dia que passa, ficam mais evidentes os potenciais benefícios para todo o ecossistema do mercado agro, o que, sem dúvidas, contribuirá para a maturidade digital.

Para os próximos anos, esperamos evoluir a cultura digital para que a tríplice “pessoas, processos e tecnologia” alcance seu lugar de merecimento, e esteja como prioridade nas pautas de transformação digital no agronegócio brasileiro.

Temos um grande desafio pela frente: acelerar processos para alcançar a celeridade da produtividade e seguir desenvolvendo o mercado que mais cresce no nosso país.

Fonte: Lecom.

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