Técnicas homeopatas ajudam mamãe lontras

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Projeto Lontra de Florianópolis está comemorando o nascimento dos primeiros filhotes gerados em cativeiro sem a interferência humana. Em geral, os bebês que nascem fora do seu habitat precisam ser separados das mães para evitar casos de agressão ou rejeição. Mas pela primeira vez na história da reprodução em cativeiro de lontras, os animais estão em família, sem a necessidade de separação da presença materna. O sucesso na integração familiar dos animais é atribuído ao tratamento que as mamães lontras fizeram com medicina alternativa.

A iniciativa pioneira no país é fruto de uma ideia da defensora voraz das espécies, Alessandra Bez Birolo. Alessandra, que é presidente do Instituto Ekko Brasil, vem se dedicando há anos para encontrar soluções para uma reprodução saudável das lontras em cativeiro. Por uma cultura atravessada de expansão urbana, é grande o número de lontras que são encontradas mortas, especialmente às margens de rodovias ou até mesmo por agressões. Alguns animais são levados para a sede do Projeto Lontra ainda bebês porque perderam as mães. É o caso de Iara e de Bela, que hoje estão com 9 e 8 anos, respectivamente.

Nos últimos dois anos Iara toma florais e passa por um método chamado Quantec em busca do alívio físico, emocional e mental. Para Alessandra, o tratamento alternativo tem sido essencial para a harmonia familiar, “eu acredito. A medicina alternativa já foi aplicada com sucesso em animais em outras partes do Brasil e do mundo. Aqui, nos ajudou a fazer a reprodução em cativeiro sem precisar separar as mães dos filhotes.”

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Orfãs bem cuidadas

As duas lontras estão em cativeiro desde bebês. Elas foram encontradas na beira de uma rodovia depois de as mães terem morrido atropeladas. Mesmo com pouca referência materna e criadas a vida toda em cativeiro, as novas mamães lontras superaram o padrão de necessitar da interferência humana para não maltratar os filhotes que nascem fora do habitat. Para Alessandra, o sucesso se deve ao tratamento com medicina alternativa, “nós chamamos um especialista e tratamos com homeopatia e métodos holísticos.”

Terceira gestação

A lontra Iara de 9 anos já está na terceira gestação, mas é a primeira vez que ela está em convívio com o filhote. Na primeira gestação, o animal correspondeu ao dogma da espécie que rejeita o filho nascido em cativeiro e o final foi trágico. O bebê não resistiu. Na segunda gestação, a desajeitada Iara se descuidou e matou o bebê acidentalmente enquanto amamentava, “foi uma das coisas mais tristes que eu já vi. Não gosto nem de lembrar. Ela chorava porque não queria ter perdido o filhote. Ela tentou reanimar, fazer ele voltar a vida, chorou muito. A gente aqui também,” conta Alessandra.

Quem vê, hoje, a Iara desfrutando das tardes junto com o filho Iru, que já está com 5 meses, custa a acreditar nesse passado trágico. Ela se demonstra uma mamãe zelosa que esbanja energia ao lado do bebê. O travesso filhotão Iru fez uma bolha de ar no fundo da água onde costuma assustar a Iara. Ele desce e fica alguns segundos no refúgio. A mamãe mergulha e só sai do fundo da água na companhia dele. Iru não sabe o quanto assusta a mãe assim, mas aposta no refúgio subaquático para dar um recado sutil de que a superproteção está passando da conta.

Bebê de Bela não tem nome ainda

A outra lontra é mamãe de primeira viagem. Bela, de oito anos, cuida de cada passo do bebê de dois meses, que ainda não tem nome. Testemunha do drama vivenciado pela Iara, Bela é extremente metódica em relação aos cuidados com o filho. Ela confere cada local onde o pequeno vai passar. Cada alimento que recebe da equipe do projeto Lontra, ela tritura pedaço por pedaço para o filhote.

As cenas de paciência e zelo das lontras com os bebês são praticamente inéditas aos olhos humanos.

Com informações do grupo Boitatá e projeto Ekko Brasil.

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